
Pela primeira vez em um período de novo meses, o preço de alimentos e bebidas caiu, apontou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA) no Brasil, índice que projeta a inflação oficial no país. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26). O recuo foi de 0,02%, mas interrompeu os aumentos registrados de forma contínua entre agosto de 2024 e maio de 2025.
Os alimentos que mais contribuíram para a queda foram o tomate, com queda de 7,24%, os ovos, com queda de 6,95% e o arroz, que caiu 344%. Itens como cebola e café continuaram subindo no mês, em torno de 9,5% e 2,8% respectivamente. Juntos, os três itens exerceram impacto de 0,06 ponto percentual, o que significa que, se seus preços tivessem ficado estáveis, o IPCA-15 teria subido 0,32% em junho.
O tomate, que sempre é apontado como o vilão da inflação, neste ano vem sendo poupado, já que a produção é maior de modo geral. Pelo segundo mês consecutivo, a hortaliça mostrou queda nos preços. E o motivo é que os produtores deram início à safra de inverno do fruto e, com a expectativa da intensificação da safra, os preços estão em tendência de queda.
O preço do arroz vem caindo e, no mercado brasileiro, chegou a preços que eram praticados em junho de 2022. O motivo são as movimentações registradas em outros países (o preço do arroz é regulado internacionalmente) e ainda, uma safra nacional que cresceu quase 15%. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de arroz brasileira, neste ano, é de 12,14 milhões de toneladas. No ano passado, foram produzidas 10 milhões de toneladas de arroz no Brasil.
Já os ovos, que tiveram uma escalada de alta na Quaresma, voltaram a cair desde o fim de abril, com o fim do período. Isso se deveu à menor demanda, já que as pessoas retomaram o consumo de carnes. Em algumas praças, o preço do ovo ficou até 20% menor. No último mês, o caso de gripe aviária em uma granja em Montenegro (RS) mexeu com o mercado e ajudou a pressionar os preços.
Outros grupos, segundo o IBGE, que desaceleraram foi a alimentação fora do domicílio, que passou de 0,63% em maio para 0,55% em junho, em função do lanche (de 0,84% em maio para 0,32% em junho). Por outro lado, a refeição passou de 0,49% em maio para 0,60% em junho.