A investigação contra o Youtuber Capitão Hunter começou após a denúncia da família de uma menina de 13 anos. De acordo com o relato, a vítima conheceu o influenciador em um evento quando tinha apenas 11 anos.
Ele teria prometido ajudá-la a crescer nas redes sociais, mas passou a trocar fotos íntimas com a criança, manipulando-a com a justificativa de que "é isso que os amigos fazem".
Além dela, um menino de 11 anos também foi identificado como vítima. O delegado Cristiano Maia, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), afirmou que as investigações já confirmam a existência de ao menos uma terceira vítima.
"Sabemos que uma terceira vítima existe e estamos tentando identificá-la", declarou o delegado Maia.
Com quase 1 milhão de seguidores, Capitão Hunter era famoso por produzir conteúdo sobre o universo Pokémon, sendo um conhecido colecionador de cartas e itens da franquia. Segundo as investigações, ele usava sua popularidade e o tema infantil para se aproximar de crianças e adolescentes em eventos e nas redes sociais.
Durante a operação, foram apreendidos sete computadores e sete aparelhos celulares na casa do suspeito. A polícia também solicitou à Justiça a exclusão de todos os perfis de João Paulo nas redes sociais, onde, segundo o delegado, "90% do público era de crianças e adolescentes".
Em entrevista, o delegado Cristiano Maia fez um alerta contundente aos pais e responsáveis sobre os riscos online.
"A ideia de que o mundo real é mais perigoso que o mundo digital está errada. O mundo digital tem seus perigos. Não deem um celular ou um tablet para uma criança como se estivessem jogando-a em mares perigosos dizendo 'se vire'. (...) Ter acesso ao que a criança consome não é invasão de privacidade, é um ato de amor e cuidado", afirmou.