Mais de 1,3 milhão de crianças brasileiras perderam pais ou responsáveis nos dois primeiros anos da pandemia de covid-19, segundo artigo publicado na Lancet Regional Health – Americas.
O estudo, coassinado pela professora Lorena Barberia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, combinou modelagem estatística e dados do registro civil para estimar o impacto da mortalidade entre adultos que cuidavam de crianças.
O levantamento também mostra que adolescentes entre 12 e 17 anos foram os mais afetados, faixa etária em que o impacto emocional tende a ser ainda mais sensível.
Entre as mais de 1,3 milhão de crianças órfãs, aproximadamente 280 mil tiveram perdas diretamente associadas à covid-19 — 149 mil perderam pais e 135 mil, avós ou outros cuidadores idosos.
A orfandade, porém, variou bastante pelo território nacional: Roraima apresentou as maiores taxas proporcionais, enquanto Santa Catarina registrou as menores. O estudo reforça que compreender a dimensão da orfandade é essencial para orientar políticas sociais e educacionais.
Com informações do Jornal da USP