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Conclave: saiba quem são os cardeais favoritos a papa

conclave que vai escolher o novo papa começou hoje, quarta-feira (7), no Vaticano. A votação reuniu 133 cardeais com menos de 80 anos.

Os favoritos ao cargo máximo da Igreja Católica representam uma diversidade de regiões e correntes internas: há nomes ligados ao legado de Francisco, com postura mais progressista, e também figuras de perfil mais conservador.

Os últimos dois conclaves, em 2005 e 2013, duraram apenas dois dias. Mas a expectativa é de que a votação deste ano se arraste por mais tempo, já que muitos cardeais nomeados por Francisco nunca se encontraram antes. Saiba quem são os cardeais favoritos a papa:

Pietro Parolin 

Pietro Parolin é o mais buscado. Secretário de Estado do Vaticano desde 2013 e nomeado cardeal por Papa Francisco, Parolin tem 70 anos e ingressou no serviço diplomático da Igreja Católica em 1986, passando por países como Nigéria, Venezuela e México. Também atuou no Oriente Médio, na China e no Vietnã.

Parolin nunca foi um ativista de linha de frente. No entanto, o italiano chegou a classificar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como "uma derrota para a humanidade".

Luis Antonio Gokim Tagle

O  filipino Luis Antonio Tagle é um dos últimos nomeados pelo papa Bento XVI, em 2012. Com 67 anos, é cardeal-arcebispo de Manila e foi presidente da Caritas Internacional, organização humanitária da Santa Sé, sendo conhecido por posicionamentos a favor da justiça social e dos direitos humanos. Se eleito, será o primeiro pontífice da Ásia.

Após o anúncio do favoritismo,  surgiu um vídeo de Tagle cantando 'Imagine' - o que causou polêmica, já que a canção de John Lennon tem trechos que questionam dogmas católicos.

Robert Sarah

Robert Sarah, da Guiné, tem 79 anos. Ele chama a atenção pela possibilidade de ser o primeiro papa negro da história moderna. Também se destaca o posicionamento conservador e defensor de visões tradicionais da Igreja Católica. 

Foi nomeado cardeal em novembro de 2010 pelo papa Bento XVI. Durante o pontificado de Francisco, ganhou notoriedade como uma das vozes mais críticas às reformas promovidas pelo papa argentino.

Em 2023, por exemplo, manifestou-se contra a decisão de Francisco que autorizou a bênção a casais do mesmo sexo, desde que não fosse confundida com o sacramento do matrimônio. 

Nascido em 15 de junho de 1945, foi ordenado sacerdote em 20 de julho de 1969, em Conacri. Na sequência, estudou teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e aprofundou-se em Escritura no Studium Biblicum Franciscanum, em Jerusalém. 

Em agosto de 1979, aos 34 anos, foi nomeado arcebispo de Conacri por João Paulo II, tornando-se, então, o bispo mais jovem do mundo, apelidado pelo papa polonês de "bispo bebê". Sua consagração ocorreu em dezembro do mesmo ano.

Participou do conclave de 2013, que elegeu o papa Francisco, e agora volta a ser considerado um nome forte para liderar a Igreja Católica em um novo ciclo.

Matteo Maria Zuppi

Cardeal de Roma e presidente da Conferência Episcopal Italiana, equivalente à CNBB brasileira, Matteo tem 69 anos. Colaborador de Francisco em temas internacionais, foi escolhido como mediador na Guerra da Ucrânia, enviado a Kiev e Moscou. 

Ele tem grande preocupação com os pobres e marginalizados. Sua abordagem é "rejeitar o ódio", gerar "solidariedade autêntica", abraçar o pluralismo religioso e a "fraternidade". Foi nomeado por Francisco em 2019.

Juan Jose Omella

Omella é espanhol e dedica, aos 79 anos, sua carreira na Igreja ao cuidado pastoral, à promoção da justiça social e à personificação de uma visão compassiva e inclusiva do catolicismo.

Entre os cardeais, ele é um dos que mais frequentam as redes sociais e tem um perfil no X com mais de 10 mil seguidores, onde publica conteúdo religioso.

Em 1970, tornou-se padre e, depois de vários estágios intermediários, a partir de 1990, ocupou o cargo de vigário episcopal de uma área da arquidiocese de Zaragoza por sete anos.

Missionário na África por um ano (no Zaire), em 1996, foi nomeado bispo titular de Sasabe, com o papel de auxiliar de Zaragoza. Em 2013, foi eleito prior honorário de Nossa Senhora de Valvanera por seu papel na peregrinação da virgem, organizada pelos diferentes municípios de La Rioja. 

Um ano depois, tornou-se membro da congregação para bispos e depois foi promovido a arcebispo. Nomeado cardeal pelo papa Francisco em 2017, Omella é presidente da Conferência Episcopal Espanhola desde 2020. Atualmente, ele também é membro do Dicastério dos Bispos.

Jean-Marc Aveline

Arcebispo de Marselha, Aveline é um nome que aparece entre os papáveis por sua postura progressista e experiência pastoral. Se eleito, ele seria, aos 66 anos, o papa mais jovem desde João Paulo II.

O arcebispo nasceu na Argélia em uma família de imigrantes espanhóis que se mudaram para a França após a independência da Argélia, e viveu a maior parte de sua vida em Marselha.

Sob o comando de Francisco, Aveline fez progressos na carreira, tornando-se bispo em 2013, arcebispo em 2019 e cardeal três anos depois. Ele tem doutorado em teologia e graduação em filosofia.

Aveline representa a ala europeia da Igreja que busca manter o diálogo aberto com as minorias e promover uma Igreja mais inclusiva, seguindo os passos do Papa Francisco.

No entanto, quando Francisco defendeu a  bênção a casais LGBTQIA+, Aveline foi um dos signatários de um comunicado da conferência de bispos da França que fez críticas veladas à decisão do papa — mas o cardeal não se pronunciou claramente sobre a questão.

Péter Erdő

O cardeal húngaro Péter Erdő, de 72 anos, é visto como um dos nomes fortes na corrida pelo próximo papado. No conclave de 2013, ele já era cotado como possível sucessor de Bento XVI, graças à sua influência na Igreja, especialmente na Europa e na África. Erdő também é conhecido por seu papel de destaque na Nova Evangelização, iniciativa que busca reacender a fé católica em países mais desenvolvidos e cada vez mais afastados da religião.

Um dos poucos membros do conclave nomeado por João Paulo 2º ainda com direito a voto, visto que é necessário ter menos de 80 anos, Erdő poderia, no trono de São Pedro, reverter muitas das posições defendidas por Francisco em seu pontificado.

Erdő é considerado conservador em temas religiosos, mas também é conhecido por seu jeito discreto e prático. Diferente de outros bispos mais tradicionais, nunca entrou em confronto direto com o atual papa. Mesmo assim, já demonstrou discordância em questões importantes, como a comunhão para divorciados e a bênção para casais do mesmo sexo. 

Pierbattista Pizzaballa

Líder da Igreja Católica no Oriente Médio e um dos nomes cotados para suceder o papa Francisco, o cardeal italiano Pierbattista Pizzaballa, de 60 anos, ficou mundialmente conhecido em outubro de 2023 ao se oferecer como refém para o grupo Hamas em troca da libertação de crianças sequestradas durante o ataque terrorista ao sul de Israel. 

Nascido na região de Bérgamo, no norte da Itália, Pizzaballa decidiu seguir a vida religiosa ainda criança, aos nove anos. Seu desejo inicial era ser missionário na China, influenciado por histórias de padres expulsos do país durante o regime comunista de Mao Tsé-Tung. O destino, no entanto, o levou ao Oriente Médio.

Aos 25 anos, já ordenado sacerdote, chegou a Jerusalém em 1990 para estudar, mesmo sem falar outro idioma além do italiano e o dialeto local de sua terra natal. Desde então, construiu uma trajetória sólida na Terra Santa, marcada por tentativas constantes de promover o diálogo entre cristãos, judeus e muçulmanos.

Em 2023, poucos meses antes do início da guerra entre Israel e o Hamas, foi nomeado cardeal pelo papa Francisco. Com formação em filosofia e teologia, hoje Pizzaballa fala hebraico, árabe e inglês, além do italiano.

Mario Grech

Vindo de Gozo, uma pequena ilha que compõe o arquipélago de Malta, o cardeal Mario Grech, de 68 anos, saiu de origens simples para se tornar uma figura importante na transformação da Igreja Católica nos últimos anos. 

Nomeado pelo papa Francisco como secretário-geral do Sínodo dos Bispos em 2020, Grech assumiu a missão de coordenar um dos processos mais amplos de escuta e consulta já feitos na Igreja, que ouviu católicos em todo o mundo sobre temas como o papel das mulheres, a participação dos leigos e a acolhida de pessoas LGBTQIAP+.

O processo foi uma das marcas do pontificado de Francisco e também um dos principais focos de resistência da ala conservadora da Igreja Católica. 

Durante boa parte de sua carreira, Grech foi visto como um bispo conservador. Em 2008, quando fiéis LGBTQIA+ malteses anunciaram publicamente que estavam deixando a Igreja por se sentirem rejeitados, ele não demonstrou grande empatia. 

No entanto, sua postura mudou com o tempo. Em 2014, num discurso no Vaticano, defendeu uma Igreja mais aberta e sensível às novas configurações familiares e às pessoas LGBTQIA+. 

Apesar das posições consideradas progressistas por muitos, Grech evita confrontos abertos. É um defensor da reforma com equilíbrio. "A Igreja não é uma democracia, é hierárquica", afirmou em entrevista à rede católica EWTN.

Joseph Tobin

O norte-americano Joseph William Tobin, de 73 anos, tem um perfil progressista muito semelhante ao do papa Francisco. Nomeado cardeal em 2016, Tobin é arcebispo de Newark, cidade mais populosa do Estado de Nova Jersey, com cerca de 350 mil habitantes. 

O norte-americano já trabalhou como mecânico de automóveis e tem uma história de vida bastante peculiar: em meio à carreira religiosa, foi viciado em bebidas alcoólicas, recuperou-se e não bebe há mais de 30 anos. 

Tobin nasceu em Detroit em 3 de maio de 1952, primeiro dos 13 filhos do casal Joseph Tobin e Marie Terese Kerwin. Ordenou-se padre pela Congregação do Santíssimo Redentor aos 26 anos, em 1.º de junho de 1978, três anos depois de ter se formado em Filosofia e um ano após concluir o mestrado em Educação Religiosa.

Entre 1997 e 2009 exerceu dois mandatos como líder mundial dos redentoristas e, nessa função, visitou mais de 70 países e conheceu muitos religiosos.

Ferrenho defensor de que a Igreja acolha as mulheres e os gays, em 2016, foi nomeado cardeal.

Fonte: Band.
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