A chegada de dezembro marca o início do verão e, com ele, dias mais longos, temperaturas elevadas e maior circulação em ambientes externos. O cenário favorece o lazer e as atividades ao ar livre, mas também intensifica a exposição solar, um dos principais fatores associados ao aumento dos casos de câncer de pele nesta época do ano.
Nesse contexto, o Dezembro Laranja se destaca como uma das iniciativas de conscientização voltadas à prevenção e ao diagnóstico precoce da doença. A relevância da campanha aumenta diante dos indicadores recentes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele representa cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país. A expectativa é que o Brasil ultrapasse 229 mil novos casos até o fim de 2025.
“Muita gente ainda subestima os riscos da exposição solar e acredita que pequenos descuidos não fazem diferença. A soma desses hábitos ao longo dos anos é determinante para o aumento dos casos. Tornar a proteção solar parte da rotina e buscar avaliação médica diante de qualquer alteração na pele são atitudes simples que ajudam a evitar formas avançadas da doença”, afirma Diocésio Andrade, oncologista.
Fatores que elevam o risco
Algumas condições aumentam a chance de desenvolvimento da doença, como a exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h, histórico familiar, pele clara, presença de múltiplas pintas, queimaduras solares prévias e o uso de câmaras de bronzeamento.
“Manchas ou feridas que não cicatrizam em até quatro semanas, pintas que mudam de cor ou formato e lesões elevadas com crosta ou sangramento recorrente precisam ser avaliadas rapidamente, porque podem representar sinais iniciais do câncer de pele”, diz Diocésio Andrade, oncologista.
A neoplasia se divide em dois grandes grupos. Os tumores não melanoma são os mais frequentes no Brasil e costumam estar associados à exposição solar acumulada ao longo dos anos. Já o melanoma, menos comum, apresenta maior potencial de agressividade e pode surgir como uma mancha ou pinta que muda de cor, formato ou tamanho ao longo do tempo.
Prevenção
“O uso diário de protetor solar com fator 30 ou superior, a reaplicação ao longo do dia, a preferência por sombra, o uso de chapéus, roupas adequadas e óculos com proteção UV e o cuidado de evitar o sol no horário de maior intensidade são alguns tipos de prevenção”, ressalta Diocésio.
A atenção constante e o diagnóstico precoce continuam sendo determinantes, sobretudo no tipo melanoma. “O principal caminho para combater o câncer de pele é evitar que ele se desenvolva. Além disso, prestar atenção às mudanças na pele e procurar ajuda logo no início aumenta muito as chances de um tratamento bem-sucedido”, acrescenta o oncologista.